Sustentabilidade
Alimentar o futuro
Na hora da maré baixa, os peixes da aquacultura vêm alimentar-se, acabando por ser as algas a filtrar a sujidade. Desse processo resultam as macroalgas, um organismo que recicla os resíduos produzidos por outros. Este sistema de reciclagem de nutrientes, integrado no sistema IMTA – Aquicultura Multi-Trófica Integrada, que simula ecossistemas naturais, é a base do negócio da ALGAplus. Situado em Ílhavo, junto à ria de Aveiro, este sistema de produção de macroalgas é amigo do ambiente. Também com a colaboração de produtores locais, a ALGAplus procura integrar o ambiente e a comunidade, de forma obter uma produção saudável e sustentável. Consideradas um superalimento, as macroalgas, para além de originarem produtos para o setor alimentar como macroalgas desidratadas inteiras, em flocos, em farinha ou frescas conservadas em sal, resultam também em produtos farmacêuticos e cosméticos. A investigação e a criação biológica, ecologicamente sustentável ganham poder e relevância no nosso dia a dia. Produções orgânicas que resultam em matérias-primas naturais que beneficiam o ambiente.
Helena Abreu | Bióloga Marinha e CEO ALGAplus
Mergulho para a inovação
Formada em Biologia Marinha na Universidade dos Açores, Helena Abreu ao mergulhar na biodiversidade marinha do arquipélago, entrou no mundo das macroalgas. Após o doutoramento no Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (Ciimar) da Universidade do Porto e com a vontade de unir ecologia, sustentabilidade, algas e aquacultura num conceito pioneiro, forma em 2012 a ALGAplus, a primeira empresa europeia que comercializa algas marinhas produzidas num sistema IMTA, um conceito de produção sustentável de aquacultura multitrófica integrada. Atualmente, Helena Abreu é vice-presidente e presidente eleita do Conselho Internacional da Associação de Algas Marinhas e cofundadora da Associação dos Produtores Portugueses de Algas (PROALGA), sendo uma das suas missões a disseminação do valor das algas marinhas.
O valor da sustentabilidade
O que está em causa para as próximas gerações



Nunca foi tão relevante falarmos sobre sustentabilidade. De modo a melhorar o futuro do nosso planeta, a promoção da proteção ambiental, da responsabilidade ambiental e do valor económico apresentam-se como pilares de preservação a longo termo do planeta, das pessoas e do lucro. Para não comprometer o nosso modo de vida, o alerta para o potencial das fontes de energias renováveis e da redução de emissões de CO2 são fundamentais para o equilíbrio do nosso ecossistema. Danos ambientais, a poluição, os solos desestabilizados pelo corte de árvores e do uso exacerbado de combustíveis fósseis, levaram à crescente preocupação com o meio ambiente. É vital que se desenvolvam tecnologias mais limpas para lidar com as exigências que o séc.XXI nos coloca. Mas não só da proteção ambiental vive a sustentabilidade.
Proteção ambiental, responsabilidade social e valor económico na génese da sustentabilidade.
A promoção do uso de materiais recicláveis, o alerta para um consumo responsável ou chamar a atenção das pessoas para o desperdício alimentar são fatores que encorajam o contributo que todos podemos ter para a saúde da terra, do ar e da água. Todo esse potencial pode trazer benefícios económicos. O incentivo a organizações e negócios para que removam barreiras comerciais e tenham práticas que relevem a sustentabilidade pode resultar na criação de novos empregos. Ao incutir-se estas práticas, contribuímos decisivamente para uma economia mais sustentável e para a preservação do nosso modo de vida. Pensar no futuro ao decidir no presente.
Conversas EQ: Sustentabilidade
Ao apanhar esta primeira onda, o surfista de ondas gigantes dá-nos a conhecer um projeto disruptivo, que tem na sua génese a produção ecológica sustentável. Apanhe esta onda e acompanhe os próximos episódios.